Uma carta impetuosa

Está tudo bem. De verdade.
Afinal, a culpa não é sua se eu sou compreensivo demais, frágil demais, frio demais, agitado demais, estranho demais... Não é.
A culpa não é sua se eu não tenho um talento desenvolvido, sonho com uma vida simples, dou ouvidos às pessoas ou deixo de ouvi-las... Não é.
A culpa não é sua se eu sou covarde o bastante para escrever o que sinto ao contrário de dizê-lo em sua presença, cara a cara. A culpa não é sua se eu insisto em falar de uma forma além de sua compreensão. A culpa não é sua se eu sou solitário, mesmo cheio de amigos. A culpa não é sua se eu preciso que as pessoas me ouçam para me sentir melhor, e a culpa também não é sua se eu não me sinto melhor. Não é.
A culpa não é sua se eu não consigo chorar, mesmo quando preciso, e se sempre me mostro firme, mesmo quando já desabei por dentro.
A culpa não é sua se eu escrevo melhor quando estou triste, e também, a culpa não é sua se eu me sinto triste.
A culpa não é sua se eu prefiro o brilho dos olhos do que o brilho de luzes duma festa, muito menos se eu prefiro o brilho das estrelas, e a culpa não é sua se eu ainda não encontrei minha estrela, e jamais será se eu nunca a encontrar.
Logo, a culpa de tudo é minha e só minha, por ser tão imbecil ao ponto de dar tantas segundas chances, acreditar e escrever esta carta com meus sinceros pensares a alguém ainda mais imbecil do que eu.

Ensaiando um pedido de desculpas

Mesmo sendo insignificante,
dói muito, muito mesmo
E sempre é imprevisível...
Logo, a gente nunca se acostuma

Mas aguenta, apesar de já não aguentar mais,
esquenta ou, quem sabe, esfria,
Cria orgulho, erra, lembra, esquece...
mas ainda sente, e o segredo está aí

Então, vou engolir meu orgulho,
aceitar os meu erros e aceitar os teus,
me esquecer de certas coisas e me lembrar de outras
para, finalmente, pedir-te desculpas.

Te quero

Te quero.
Sempre te quis, sempre vou te querer.
Te queria antes mesmo de te conhecer
Te conhecia antes mesmo de te querer
Mas sempre te quis.
Sempre quis te conhecer.
Conhecer?
Isso é o que eu queria
Conhecer o que era te querer
E querer quem eu supostamente conhecia
Era o que eu dizia...
Era o que eu sentia...
Sinto... Sinto muito, ou não
Sinto tudo, solidão
A solidão que tão bem conheço
Aquela que poderia evitar desde o começo
Aquela que eu não sei bem se mereço
Aquela que nunca mostro por assim escolher
E que existe, exatamente, por eu não ter
Não ter o que quero e não conheço
Ou talvez até conheça
Mas se tenho uma certeza
É que quero, mas não tenho.
E por não ter, tenho outras coisas mais
Tenho amor, tenho dor
Tenho calma até demais
Ao mesmo tempo, tenho pressa
Pressa essa que me cansa
Cansaço esse que me faz, em teus braços, querer descansar.
Descansar a te falar:
- Te quero.

3M

Do canto ao violão
ou facilmente à emoção
Não sei dizer de uma vez
Mas meus dizeres vão a três
diretamente a vocês.

Se é ou não nesse momento
é sempre contentamento
Jamais teme
E tampouco perde o leme
do contentamento com M

Saudades minhas, saudades tuas

O labor matinal
que troca ou separa gente
que descontenta de forma contente
por ambos os lados
dos retornos parados
ou esperanças minhas
ou esperanças tuas

Da noite serena
um desejo incerto de fim
um pouco de mim em ti e ti em mim
da solitude parcial ou quase ausente
mas do pensamento sempre presente
e de saudades minhas
e de saudades tuas

I fear

I have some questions
But I do not dare to ask them
Because I'm afraid...
I fear losing you
I fear bothering you
I fear hurting you, but...
I do not fear getting hurt
But by hurting you I would also hurt myself
So I actually fear it... And I think I fear it a lot..
As I fear your oblivion
And losing all we have been building up
But I fear all these walls...
Because more walls in my life would cover my original self
You would not see me as I am
You would not understand what I feel
And it would tear me apart
But I don't want to be torn...
Not anymore...
I love just as I hate you, for making me go through all this
Not guilty for my head
But guilty for my heart
And the worst part is
Only you can save me...
Only you...
You...

Inspiration

La pluie
La musique
Une tasse de café
Une photo
et ce poème.

Pois sempre será assim...

Vamos dizer besteiras a pessoas que nos amam e engolir palavras de pessoas que nem sabemos porque estão em nossas vidas.

Vão haver vários detalhes nos fazendo lembrar de péssimos dias
E nunca teremos uma câmera conosco em momentos únicos e especiais

Vamos dançar conforme a música para agradar ao público, e quando estivermos sozinhos, vamos ouvir a música que realmente gostamos, e aí sim, vamos dançar de verdade...

Aí sim, a ficha vai cair...
Mas poderá ser tarde demais...

E depois de todos os arrependimentos, as decepções, as gafes e as repetições, vamos querer uma segunda chance...
Pra tentar evitar o inevitável...
E sempre será assim!

Me cansei

Me cansei da hipocrisia...
Me cansei do amor...
Me cansei do computador...
Me cansei dos filmes americanos...
Me cansei das músicas atuais...
Me cansei de responder aos meus pais...
Me cansei de falar...
Me cansei de ouvir...
Me cansei de ir e vir...
Me cansei de brigar com minha irmã...
Me cansei de confiar...
Me cansei de estudar...
Me cansei da sociedade...
Me cansei de crescer...
Me cansei dos mesmos programas de TV...
Me cansei da escola...
Me cansei de sentir cheiro de cigarro...
Me cansei de acordar cedo...
Me cansei de ir dormir tarde...
Me cansei de sentir saudade...
Me cansei de dizer a verdade...
Me cansei de mentir...
Me cansei de omitir...
Me cansei de sorrir... de chorar...
Me cansei de sonhar...
Me cansei de me cansar...